O Que Fazer Nordeste de Amaralina

Ser mãe preta na periferia é resistir

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A realidade das mães pretas nas periferias de Salvador, como no Nordeste de Amaralina, é marcada por desigualdade, sobrecarga e ausência do Estado. Elas enfrentam, diariamente, múltiplas formas de violência institucional, racial, econômica e de gênero, enquanto cumprem um papel central na estrutura da família e da comunidade.

Essas mulheres cuidam dos filhos sozinhas, em muitos casos, sem apoio dos pais e com pouco ou nenhum acesso a políticas públicas adequadas. São responsáveis por prover alimentação, educação, saúde, segurança e proteção emocional, mesmo vivendo em contextos de vulnerabilidade.

Dados do IBGE mostram que a maioria das famílias nas periferias de Salvador é chefiada por mulheres negras. Muitas delas sobrevivem com até um salário mínimo por mês, em trabalhos informais, sem garantias trabalhistas. Além da precariedade econômica, enfrentam a negligência do poder público: faltam vagas em creches, qualidade nas escolas, atendimento básico em postos de saúde e segurança nas ruas.

A violência policial também é uma preocupação constante. Mães pretas vivem o medo de perder seus filhos para o tráfico, para a criminalização da juventude negra e para ações violentas do Estado. Crianças e adolescentes são alvos de abordagens agressivas e, muitas vezes, tratados como suspeitos apenas pela cor da pele e o local onde vivem.

Apesar de todas as dificuldades, essas mães seguem garantindo a sobrevivência e o desenvolvimento de seus filhos e filhas. Sua atuação é fundamental, mas não é reconhecida com os direitos, políticas e proteção que merecem.

Ser mãe preta na periferia é resistir a um sistema que constantemente nega apoio e dignidade.
Essa resistência precisa ser vista, valorizada e, principalmente, apoiada com ações concretas: renda básica, acesso à saúde, educação pública de qualidade, creches, moradia digna e segurança sem violência.

O respeito às mães da favela começa com garantia de direitos.
Não é homenagem, é justiça.