O Que Fazer Nordeste de Amaralina

Pé Preto: da lama ao mundo – quando a favela vira referência

Compartilhe nas mídias:

A Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) apresentou num encontro internacional a história de luta e transformação do Pé Preto, uma das comunidades do Nordeste de Amaralina. Foi a convite do pesquisador nigeriano Deji Akimpelu, do movimento Rethinking Cities Initiative. Tava gente de Lagos, Londres, São Paulo e outros lugares ouvindo o que foi feito aqui.

Reprodução: Fundação Mário Leal Ferreira.

E por que isso importa?

O Pé Preto passou anos ignorado pelo poder público. Mais de 240 famílias vivendo sem rua, sem esgoto, sem luz. Segurando a dignidade na marra, dentro de uma área chamada de preservação ambiental, mas que nunca teve nenhum tipo de cuidado do Estado. Foi o povo que fez virar moradia. Com o que tinha, levantaram o que podiam. Com o tempo, algumas casas de alvenaria apareceram, mas em muitas partes ainda era só barraco de madeira, em cima da lama.

Por muito tempo, o que teve foi promessa. Campanha política, visita em época de eleição, promessa vazia. E nada mudava. Mas dessa vez, a transformação chegou de verdade.

Hoje o Pé Preto tá mudado. Terá rua de verdade, tem estrutura chegando, e o principal: tem respeito. É a segunda grande urbanização da região Nordeste de Amaralina a primeira foi nas Casinhas, décadas atrás. Agora é mais uma parte da comunidade avançando.

Ninguém deu nada. Foi luta. Foi o povo daqui fazendo barulho, cobrando, resistindo. A mudança só veio porque teve pressão.

Enquanto outras cidades ainda discutem o que fazer com favelas, Salvador já tem um exemplo pra mostrar. Um projeto feito com o povo e para o povo.

Porque a favela não quer favor. Quer direito. Quer o básico que todo mundo merece: rua pra andar, água pra beber, luz pra enxergar o caminho.

Hoje, o Pé Preto virou referência. É exemplo pro Brasil e pro mundo. Mostra que, quando a favela é levada a sério, tudo muda.

E a gente segue cobrando: queremos ver essa mudança chegar em todas as partes da nossa comunidade.