O coqueiro é uma planta de grande importância para o povo baiano. No Nordeste de Amaralina, ele foi muito mais do que paisagem: foi fonte de sustento e parte do cotidiano de muitas famílias que ajudaram a construir a região.
Desde os primeiros tempos de ocupação do território, o coco esteve presente nas casas, nas comidas e nos modos de vida. A palha do coqueiro cobria as moradias mais simples. O fruto servia como alimento, bebida e também como mercadoria. Vender coco foi uma das primeiras formas de trabalho de muitos homens e mulheres da comunidade.
A profissão de vendedor de coco é uma das mais antigas da região. Subir no coqueiro para colher os frutos, limpar, preparar e vender seja na feira, nas ruas ou nas praias sempre foi uma atividade ligada à sobrevivência. A água do coco era vendida gelada nas calçadas, e o coco seco ralado era usado na preparação de comidas típicas baianas.
Esse ofício ajudou a formar a base econômica de muitas famílias do Nordeste de Amaralina, Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas e Santa Cruz. Muitos trabalhadores tiravam dali o sustento do mês. Até hoje, há moradores que vivem dessa atividade, preservando esse saber tradicional e mantendo vivo um modo de vida essencial à identidade da comunidade.
Outro marco importante foi a primeira feira do Nordeste de Amaralina, que aconteceu no bairro da Amaralina. Essa feira reunia comerciantes locais que vendiam frutas, verduras, alimentos e produtos variados. Entre os mais presentes estavam os vendedores de coco, que ocupavam as barracas com seus produtos vindos direto do coqueiral. A feira se tornou um ponto de encontro da população e teve papel central no fortalecimento da economia local.
Portanto, os vendedores de coco não são apenas uma lembrança do passado. Eles representam um tipo de trabalhador que resiste ao tempo, às dificuldades e à ausência de políticas públicas. Continuam atuando de forma digna, transmitindo sua experiência para as novas gerações e mantendo viva uma das tradições mais significativas da nossa região.
